“Vocês falaram que não tem mulheres que escutam o podcast, mas vocês estão enganados. Conhecí o site através do meu namorado, há mais ou menos 2 meses, e em menos de uma semana eu escutei todos os podcasts. O que mais me emocionou foi o episódio sobre Sonic.
Minha vida como gamer começou aos 6 anos de idade, quando meus primos se mudaram para minha cidade e foram morar com a minha avó, aonde eu ia todos os dias depois que descobri que eles tinham um Mega Drive. Joguei muito Streets of Rage com eles e depois de MUITO implorar para o meu pai, no meu aniversário de 7 anos ganhei meu primeiro console: Um Mega Drive, daqueles com Sonic 2 na caixa.
No começo fiquei chateada, porque eu queria mesmo era o Streets of Rage que jogava com meus primos, mas mudei de idéia a partir do dia em que minha mãe começou a brigar comigo para ir dormir e eu deixava o console ligado para não perder aquela fase do jogo em que eu estava, e toda manhã ao acordar, minha mão havia desligado e eu tinha que começar tudo de novo.
Sonic 2 é o meu jogo favorito de todos os tempos, chego a falar que foi o jogo que eu mais zerei na minha vida. Lembro de ganhar outros jogos e nunca emprestar Sonic 2 para ninguém porque eu tinha muito ciúme.
Mas como a vida muda e crescemos, eu mudei de cidade aos 12 anos e por não jogar no meu Mega Drive tanto quanto antes, meu pai resolveu (do nada) dar de presente para outra pessoa. Quando percebi, já era tarde e fiquei muitos anos sem jogar. Comprei um Play 2, mas sempre tive vontade de ter meu Sonic 2 naquela caixinha preta e vermelha de volta.
Depois disso passei pela fase Counter Strike na LAN house, cheia de meninos, mas nada tão viciante quanto Sonic 2 foi na minha infância.
Até que em 2010 conheci meu atual namorado, ele faz faculdade de Design de Games e, claro, é viciado em games.
Um dia, estava em casa e meu namorado me chamou para ver uma coisa no Wii. Fiquei olhando, enquanto o logo da ‘SEEEGAAAA’ aparecia na tela e ecoava nos meus ouvidos. Foi emocinante poder jogar Sonic 2 depois de tantos anos. Cada fase, cada música, cada argolinha desse jogo é perfeito. Não sei como eu consegui ficar tanto tempo sem jogar.
Toda vez que eu escuto um podcast, consigo lembrar de alguma coisa que aconteceu quando eu era pequena, das histórias de locadora – Eu ia, mas não podia ficar lá porque meu pai não deixava, só podia escolher um jogo e sair -, das risadas com as minhas enquanto jogavamos, do meu quarto com aquela TV pequena, ou até mesmo da minha mãe brigando comigo para ir dormir.
Agradeço meu namorado por trazer de volta boa parte da minha infânicia e agora à vocês, pessoal do 99vidas. Por favor, não parem nunca de nos trazer essa nostalgia gostosa.”
Luma Camargo, 23
São Paulo/SP
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