pai

Era do Playstation já havia começado mas, como sou pobre, o que estava começando para mim era a Era do Mega Drive. Minha mãe tinha ganhado do patrão dela um Mega Drive, com o jogo do Sonic 2, e deu para o meu irmão, mas meu pai era contra termos videogame por causa da violencia. Minha mãe nos defendia dizendo que só jogávamos aquele jogo e não tinha violencia, então meu pai meio que deixava a gente jogar de vez em quando.

Certo dia meu pai acabou pegando no sono enquanto assistia o Jornal Nacional e eu, que não sou nada bobo, deixei o som da TV no mudo e coloquei a fita do 10-Pak, que meu irmão tinha pegado emprestado com algum vizinho, e fui jogar o clássico Streets of Rage.

Escolhi o Axel e fui descendo a porrada nos carinhas, me divertindo, só que meu pai acabou acordando e perguntou o que eu estava jogando – Congelei de medo na hora, já que meu pai odiava jogos, justamente pela violência… Enfim mostrei o jogo para ele tentando não bater em ninguém, mas por fim um dos bandidos acabou batendo no personagem e meu pai simplismente mandou o coitado do meu irmão devolver a fita – Ele estava de bom humor nesse dia e não me bateu…

Alguns anos mais tarde eu peguei um Ultimate Mortal Kombat 3 e comecei a jogar, tranquilamente, no meu quarto quando, de repente, olho para trás e o vejo alí, parado, me olhando com o chinelo na mão… Finalmente ele solta a frase : ‘Você gosta de bater nos outros? Eu também gosto!’

Apanhei bonito naquele dia…

Meu pai é contrário aos games até hoje, mas entendo ele, e sei que muitas das broncas que ele me deu formaram meu caráter, então queria aproveitar essa mensagem e mandar um abração pro meu ‘véio’ Ubiranei Valadares.

Leonir Valadares, 21

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