Jurandir Filho, Felipe Mesquita e Evandro de Freitas batem um papo sobre a vida adulta. Para muitos da geração millennial, esse momento não veio acompanhada do brilho que lhes foi prometido. Durante a infância e adolescência, crescer foi apresentado como a chegada à liberdade, à estabilidade financeira, à realização pessoal e profissional. As promessas eram claras: estudar, se esforçar e conquistar um futuro melhor que o de seus pais. Mas a realidade mostrou outra face: dura, desigual e marcada por um sistema que parece sugar mais do que oferecer.

Os millennials (nascidos em 1980 até 1996) carregam as marcas de crises econômicas sucessivas, empregos cada vez mais precários, salários estagnados e um custo de vida que só aumenta. A lógica do capitalismo transformou sonhos em mercadorias e expectativas em dívidas. A casa própria, o carro, a família estruturada e o emprego estável viraram, para muitos, quase mitos inalcançáveis. Ao mesmo tempo, as redes sociais expõem uma vitrine de sucesso inalcançável, aumentando o peso da comparação e da sensação de fracasso coletivo.

O desencanto é profundo porque não se trata apenas de dificuldades financeiras, mas de um descompasso entre o que foi prometido e o que foi entregue. Essa geração cresceu ouvindo que o futuro seria brilhante, que bastava dedicação para alcançar a felicidade e a segurança. Hoje, se vê diante de crises climáticas, políticas instáveis, colapsos sociais e a constante incerteza de um amanhã mais sombrio que promissor. O resultado é uma geração cansada, muitas vezes desanimada, que questiona não só o sistema em que vive, mas também o valor das próprias conquistas. A vida adulta, ao invés de um espaço de liberdade, tornou-se um campo de batalha constante contra a ansiedade, o burnout e a desesperança. O futuro, que deveria ser promessa, pesa como uma incógnita.

O que fazer para sobreviver nessa realidade?

Esse é mais um podcast da nossa série Aventuras e Perrengues!